Há coisas que me esfrangalham os nervos. E uma
dessas coisas é o "chico-espertismo" de algumas pessoas (se se puder chamar
pessoas aos idiotas que encontro por aí). Na sexta-feira passada encontrei dois chicos-espertos,
ou antes, dois idiotas. Estava na fila de supermercado, cheia de pressa porque
ainda tinha que fazer o almoço, e mexi-me uns centímetros para o lado de modo a
poder ler a capa de um livro, e não é que quando olho para a caixa aparecem
dois marmanjos, uma rapariga e um rapaz, que correm para ir para o lugar onde
eu estava? Assim, como se nada fosse. Como se eu não estivesse lá, como se eles
não me tivessem visto, e como se eu nem estivesse carregada de coisas. O pior
foi o riso. O júbilo dos dois idiotas, satisfeitos com a patifaria. E ele, mais
baixo um pedaço que a sua “nina”, ainda lhe dizia: “Ahah, tu és de mais.”. Não
é preciso dizer mais nada para se entender que fiquei doente, a ferver.
Por pouco não me saía fogo dos olhos. Juro que por muito que tente entender
esta gente não consigo. Não sei de onde vem tanta estupidez e má educação. Lá
tive que engolir em seco e fazer de conta que não tinha acontecido nada, mas
que me apeteceu mandá-los para um sítio que eu cá sei apeteceu.